Leia, se Agüentar
São três horas da tarde, a mãe reúne
os quatros filhos em volta da mesa e
divide um bolo em quatro partes
iguais; como ¼ seria muito para o
menor, ela pega um pedaço divide ao
meio e entrega a ele dizendo: –
Pronto, esse é o seu e este o da
mamãe, agora podemos orar.
Inconformado por receber o menor
pedaço, de imediato o garoto
contesta; a mãe tenta convencê-lo de
que aquela porção lhe era o
suficiente, mas no meio do diálogo,
ela pede para que esperem enquanto
vai à sala atender ao telefone.
Como já era de se esperar, em
prantos, o garoto põe as mãos sobre
a cabeça e puxa os cabelos com tanta
violência, que fios caem sobre as
lágrimas e a baba que já estava
sobre a mesa, e então começa a
gritar: – Eu quero o “mais maiooor”.
Já irritado, um dos irmãos o
repreende: – Não é “mais maior” é
maior, e será que dá pra você parar?
Enfurecido com a repreensão, o
garoto contesta: – Não briga comigo
porque eu sou mais importante que
você... eu quero o “mais maior”, eu
quero o “mais maior”, eu quero o
“mais maiooor”. Perturbada com a
situação, a mãe grita da sala: – Meu
Deus do céu, quem é que agüenta
isso? MENINO... primeiro coma o
pedaço que te dei, que então lhe
darei outro. Feliz com a decisão da
mãe, ele limpa o rosto com a mão e
com esta ainda úmida, começa a pegar
nos outros pedaços para ver qual
escolheria. Ao olharem para aquilo,
seus irmãos exclamam: – Eca
(sic), eu é que não vou comer desse
bolo!
Após comer um pequeno pedaço do que
lhe fora entregue, o garoto olha
para a mãe que estava voltando e
diz: “mãezinha” eu não quero mais
não, já estou cheio. Em seguida,
seus irmãos olham para ela e para os
pedaços que ficaram, e de um a um,
vão se retirando da mesa. Sem
entender o que estava acontecendo, a
mãe também se retira da cozinha,
enquanto que o bolo fica entregue à
sua própria deterioração.
Em nível de comparação, inúmeros são
os programas que a igreja tem criado
para evangelização do perdido e
edificação de si mesma, e como
sabemos, para que esses projetos
sejam postos em execução, é
necessário que o mesmo seja dividido
em diversas atividades, para que
seja distribuída entre aqueles que
farão parte do mesmo. É aqui que o
problema começa, pois o desejo de
ser o maior, faz com que muitos se
esqueçam dos seus limites e abracem
funções que estão além de suas
capacidades de executá-las. Tal
procedimento não só banaliza o que
está em andamento, como desestimula
os que já se encontram envolvidos no
projeto. Esta é uma das principais
razões pelo baixo desempenho e até
mesmo bloqueio de importantes
projetos no decorrer da história.
Para que não sejamos os principais
empecilhos do bom andamento da obra,
é necessário que observemos as
instruções de Cristo, concernente
aos que lutam pelos primeiros
lugares: “Então Jesus chamou todos
para perto de si e disse: -Como
vocês sabem, os governadores dos
povos pagãos têm autoridade sobre
eles, e os poderosos mandam neles.
Mas entre vocês não pode ser assim.
Pelo contrário, quem quiser ser
importante, que sirva os outros, e
quem quiser ser o primeiro, que seja
o servo de vocês”. (Mateus 20.25-27
BLH)
Evandro Arruda do Nascimento |
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