Theresa Catharina de Góes Campos

De: imprensa@bienalmercosul.art.br
Data: Mon, 3 Oct 2005 17:05:45 -0300
Assunto: Núcleo A (Re)invenção do espaço da 5ª Bienal do Mercosul traz artistas pioneiros na exploração das relações da forma com o ambiente

Núcleo A (Re)invenção do espaço da 5ª Bienal do Mercosul traz artistas pioneiros na exploração das relações da forma com o ambiente

 

Integrante do vetor Da Escultura à Instalação, o núcleo histórico (Re)invenção do Espaço da 5ª Bienal do Mercosul, abrigado no Santander Cultural, traz artistas pioneiros na exploração das relações da forma com o ambiente, como o brasileiro Hélio Oiticica e o mexicano Ulisses Carrión.  

 

Artistas pioneiros na exploração das relações da forma com o ambiente integram o núcleo histórico A (re)invenção do espaço, integrante do vetor Da Escultura à Instalação, abrigado em dois andares do Santander Cultural, sob a liderança da superintendente Liliana Magalhães, um dos espaços ocupados pela 5ª Bienal do Mercosul. O núcleo histórico busca exibir um painel sobre a transformação das obras de a arte a partir da segunda metade século passado na América Latina e sua influência sobre a produção contemporânea.   

 

No andar térreo do Santander encontram-se as obras dos artistas argentinos Carmelo Arden Quin e Enio Iommi; dos brasileiros Amilcar de Castro, Franz Weissmann e Sergio Camargo Brasil; dos uruguaios Américo Spósito, Nelson Ramos; e do suíço Max Bill. Na Galeria do espaço estão os trabalhos dos brasileiros Arthur Luiz Piza, Hélio Oiticica, Lygia Clarke e Willys de Castro; e do mexicano Ulises Carrión.

 

Entre as obras de destaque encontra-se a intitulada Unidade Tripartida de Max Bill, premiada na primeira Bienal de São Paulo, em 1951, e Cubo Vazado de Franz Weissmann, peça também premiada e considerada fundamental no neoconcretismo. O espaço oportuniza também conhecer a obra do argentino Carmelo Arden, um dos primeiros artistas a trabalhar com a questão do espaço na América Latina, além de uma mostra de Lygia Clarke, demonstrando na obra Casulos a “transmutação de seu trabalho, que sai do plano (pintura) e parte para objetos que se deslocam na tela”, explica Neiva Bohns, curadora-assistente do núcleo histórico. 

 

Em sua 5ª edição, a Bienal do Mercosul consolida-se como a maior mostra especializada em arte latino-americana. O evento acontece até o dia 4 de dezembro, em Porto Alegre/RS, Brasil, com exposições no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), no Santander Cultural, na Usina do Gasômetro, no Cais do Porto, no Largo Glênio Peres, Paço dos Açorianos, Memorial do Rio Grande do Sul, Museu de Comunicação Hipólito José da Costa e na orla do Guaíba. Serão mais de 20 mil metros quadrados de área da exposição.

 

Ao abordar o tema Histórias da Arte e do Espaço, a 5ª Bienal do Mercosul realiza um esforço de conciliar uma questão atual – o problema do espaço – com a tradição histórica. “O problema do espaço, seja urbano, seja rural, não é apenas atual. Vem sendo tratado há muitos séculos pela tradição artística ocidental”, explica o curador-geral, Paulo Sergio Duarte. A Bienal conta com 173 artistas do Brasil, Argentina, México, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai, que têm suas obras expostas em quatro vetores temáticos. São eles: Da Escultura à Instalação, em que são apresentadas as manifestações escultóricas e as instalações; Transformações do Espaço Público, que se refere a oito intervenções públicas, destas, quatro serão deixadas na cidade; Direções no Novo Espaço, mostra que explora o uso de novas técnicas desde a fotografia e o vídeo, até o uso dos meios digitais na arte; e A Persistência da Pintura, que revela a força desse meio de expressão artística milenar na produção contemporânea.

 

Segundo Paulo Sergio Duarte, o objetivo destes vetores é propiciar ao expectador a possibilidade de vislumbrar as diferenças e os cruzamentos entre as obras, para que possam estabelecer um julgamento próprio. Além disso, a Bienal apresenta a exposição especial Fronteiras da Linguagem; na qual estão incluídos os artistas norte-americanos Ilya Kabakov e Stephen Vitiello e dois europeus, a iuguslava Marina Abramovic, e o francês Pierre Coulibeuf.

 

O escultor mineiro Amílcar de Castro é o artista homenageado pela mostra. Falecido em 2002, Amílcar  de Castro é considerado um dos maiores escultores brasileiros da segunda metade do século XX, foi um dos expoentes do movimento neoconcreto – que reorientou o construtivismo no Brasil. Conforme a curadoria, esta será a maior retrospectiva de sua obra e uma rara oportunidade de vê-la em conjunto a partir dos seus momentos mais significativos. Serão expostas 58 esculturas de aço, rocha e madeira, além de 24 pinturas de médio e grande porte, totalizando a participação de 44 coleções públicas e privadas. Também serão expostas jóias elaboradas pelo artista, haverá exibição de vídeos e documentários e de originais e fac similes de periódicos para os quais Amílcar realizou a programação visual e ilustrações.

 

Porto Alegre, 3 de outubro de 2005

 

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