Núcleo A (Re)invenção
do espaço da 5ª Bienal do Mercosul traz
artistas pioneiros na exploração das relações da
forma com o ambiente
Integrante
do vetor Da Escultura à Instalação, o núcleo
histórico (Re)invenção do Espaço da 5ª
Bienal do Mercosul, abrigado no Santander
Cultural, traz artistas pioneiros na
exploração das relações da forma com o ambiente,
como o brasileiro Hélio Oiticica e o
mexicano Ulisses Carrión.
Artistas pioneiros na exploração das relações da
forma com o ambiente integram o
núcleo histórico A (re)invenção
do espaço, integrante do vetor Da
Escultura à Instalação, abrigado em dois andares
do Santander Cultural, sob a liderança da
superintendente Liliana Magalhães, um dos
espaços ocupados pela 5ª Bienal do Mercosul.
O núcleo histórico busca exibir um painel sobre a
transformação das obras de a arte a partir da
segunda metade século passado na América Latina e
sua influência sobre a produção contemporânea.
No andar térreo do Santander encontram-se as obras
dos artistas argentinos Carmelo Arden Quin e Enio
Iommi; dos brasileiros Amilcar de Castro,
Franz Weissmann e Sergio Camargo Brasil; dos
uruguaios Américo Spósito, Nelson Ramos; e do
suíço Max Bill. Na Galeria do espaço estão os
trabalhos dos brasileiros Arthur Luiz Piza,
Hélio Oiticica, Lygia Clarke e
Willys de Castro; e do mexicano Ulises
Carrión.
Entre as obras
de destaque encontra-se a intitulada Unidade
Tripartida de Max Bill, premiada na
primeira Bienal de São Paulo, em 1951, e Cubo
Vazado de Franz Weissmann, peça também
premiada e considerada fundamental no neoconcretismo.
O espaço oportuniza também conhecer a obra do
argentino Carmelo Arden, um dos primeiros
artistas a trabalhar com a questão do espaço na
América Latina, além de uma mostra de Lygia
Clarke, demonstrando na obra Casulos a
“transmutação de seu trabalho, que sai do plano
(pintura) e parte para objetos que se deslocam na
tela”, explica Neiva Bohns, curadora-assistente do
núcleo histórico.
Em sua
5ª edição, a Bienal do Mercosul consolida-se
como a maior mostra especializada em
arte latino-americana. O evento
acontece até o dia 4
de dezembro, em Porto Alegre/RS,
Brasil, com
exposições no
Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), no
Santander Cultural, na Usina do Gasômetro, no Cais
do Porto, no Largo Glênio Peres, Paço dos Açorianos,
Memorial do Rio Grande do Sul, Museu de Comunicação
Hipólito José da Costa e na orla do Guaíba.
Serão mais de 20 mil metros
quadrados de área da exposição.
Ao abordar o
tema Histórias da Arte e do Espaço, a 5ª
Bienal do Mercosul realiza um esforço de conciliar
uma questão atual – o problema do espaço – com a
tradição histórica. “O problema do espaço, seja
urbano, seja rural, não é apenas atual. Vem sendo
tratado há muitos séculos pela tradição artística
ocidental”, explica o curador-geral, Paulo Sergio
Duarte. A Bienal conta com 173 artistas do Brasil,
Argentina, México, Chile, Bolívia, Paraguai e
Uruguai, que têm suas obras expostas em quatro
vetores temáticos. São eles: Da Escultura à
Instalação, em que são apresentadas as
manifestações escultóricas e as instalações;
Transformações do Espaço Público, que se
refere a oito intervenções públicas, destas, quatro
serão deixadas na cidade; Direções no Novo
Espaço, mostra que explora o uso de novas
técnicas desde a fotografia e o vídeo, até o uso dos
meios digitais na arte; e A Persistência da
Pintura, que revela a força desse meio de
expressão artística milenar na produção
contemporânea.
Segundo Paulo
Sergio Duarte, o objetivo destes vetores é propiciar
ao expectador a possibilidade de vislumbrar as
diferenças e os cruzamentos entre as obras, para que
possam estabelecer um julgamento próprio. Além
disso, a Bienal apresenta a exposição
especial Fronteiras da Linguagem; na
qual estão incluídos os artistas norte-americanos
Ilya Kabakov e Stephen Vitiello e dois europeus, a
iuguslava Marina Abramovic, e o francês Pierre
Coulibeuf.
O escultor mineiro
Amílcar de Castro é o artista homenageado pela
mostra. Falecido em 2002, Amílcar de Castro é
considerado um dos maiores escultores brasileiros da
segunda metade do século XX, foi um dos expoentes do
movimento neoconcreto – que reorientou o
construtivismo no Brasil. Conforme a curadoria, esta
será a maior retrospectiva de sua obra e uma rara
oportunidade de vê-la em conjunto a partir dos seus
momentos mais significativos. Serão expostas 58
esculturas de aço, rocha e madeira, além de 24
pinturas de médio e grande porte, totalizando a
participação de 44 coleções públicas e privadas.
Também serão expostas jóias elaboradas pelo artista,
haverá exibição de vídeos e documentários e de
originais e fac similes de periódicos para os
quais Amílcar realizou a programação visual e
ilustrações.
Porto Alegre, 3 de
outubro de 2005
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