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Revisão de conceitos
Agnes Altmann
13 de outubro; Dia do escritor. Aqui escrevo
como escrevente. O dia amanheceu ensolarado,
depois transmudou para céu nublado. Adentramos
já no mês da primavera.... Se o mundo ainda não
enlouqueceu, está perto... como se já não
bastasse o só lero-pq-quero de jornal, rádio ou
televisão onde se vê torrentes de chuvas, lutas,
muitos corpos mutilados e uma violência
epidêmica sem precedentes... A paz mesmo parece
coisa de pobre, de tão relegada. As pessoas não
querem se entender. Então, por que ficar
perturbado, se já é normal, com tanta disputa
por qualquer motivo para se sacar armas?...Até
de se ter que, no Dia do aviador, recorrer a
urnas para dizer sim ou não à corrida civil dos
armamentos. Deve ser porque, talvez, como não se
tem pedras suficientes para atirar na mangueira,
pretendam uns fazer mais negócio com armas, para
dormir bem mais `tranqüilo´, com mais cidadãos
atravessando a marginal à frente do policial.
A que ponto a violência virou problema
comercial! De tanta política para disparar o
dólar, confunde-se a ingerência da violência
global para justificar, só pode! -, disparo
contra quem ainda não foi condenado também como
bandido. Será pela revolução da natureza sem
gerência, por sua vez indignada, desandando dos
eixos com secas, vulcões, maremotos, terremotos,
vendavais a mais de 100 quilômetros horários
arremessando o que encontra?... Ai da gente no
cerrado ardente qualquer dia desses, sem prisão
mais em flagrante, de vítima pode-se virar
culpado ou ir parar no hospital; que Deus nos
livre!
- Então, quem sabe, até por isso, há dia que
já amanhece sem vontade de fazer mais nenhuma
primavera. A natureza já não tem hora para uma
revisão de conceitos, de tão sobressaltada com a
apatia e, menos razão para congraçamentos se vê.
Divisionismo preconcebido? Parece que sim, e
tanto mais acirrado que em outros tempos, com
cada vez mais gente que pouco se entende; também
as nações se separam; rompem-se laços afetivos,
até por questão de bola. Para conflitos,
pretextos nunca faltam, tão implacáveis quanto
as catástrofes naturais, coisa de instantes; o
mundo está enlouquecido?
Isso tudo reflete no cosmos, de tão poluído
com tantos signos de discórdias, desavenças,
desafetos, amor minguante, muitas mortes,
feridos pisoteados por turbas insanas, crianças
perdidas, pais separatistas, doentes
desamparados. É a falta de sucesso?... É de
ver-se que para muitos, sem sucesso e menos
ainda sem os eletrônicos, a vida não existe.
Nessa ânsia de ganho a qualquer custo e, tanto
maior quanto mais cedo, enlouquece muitos.
Vãs até as músicas de amor recíproco,
assistência na dor, solidariedade, enfim, os
valores do convívio comum entre as pessoas que
se substitui pelo `mau olhado´, discórdia,
indiferença e desdém. Nem mesmo o primeiro
mandamento humanizou totalmente os conceitos.
Não pode mesmo a sociedade suavizar temíveis
amarguras na esperança de dias menos maus, pelo
menos, com mais boas maneiras para desarmar as
pessoas, a sociedade e todos os povos?
A meteorologia também pode bem servir para
revisar conceitos.
Agnes Altmann
Fonte:
Data: 13/10/2005
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