Imagens anônimas
ajudaram diretor
concluir “Vlado – 30
Anos Depois”
Em um bate papo
informal com a
imprensa depois da
apresentação do
filme
Vlado – 30
Anos Depois em
São Paulo, o diretor
João Batista contou
que não sabe de quem
são as imagens, de
muito boa qualidade,
aliás, gravadas do
ato ecumênico
mostradas no
documentário.
“Começamos a
produzir o filme em
março e quando foi o
início de maio foram
mandos para a minha
casa, por alguém que
não se identificou,
rolos com as imagens
do ato da Catedral
da Sé”, explica.
Os depoimentos
foram todos gravados
em digital – mesmo
suporte no qual o
filme será exibido –
com uma câmera
pequena e leva que
propiciou maior
intimidade entre o
diretor e seus
entrevistados. “Eu
estava a um palmo de
distância das
pessoas”, conta o
cineasta, “eu queria
essa aproximação que
facilitava também o
envolvimento
emocional”.
Como se pode
perceber pela
ausência de logos de
patrocinadores no
início do longa,
“Valdo – 30 Anos
Depois” foi feito
com dinheiro do
próprio diretor. A
distribuidora Europa
Filmes entrou com a
parceria na
finalização e
garantiu a
distribuição do
documentário em DVD.
Isso só foi
possível graças ao
formato digital, que
barateia a produção
e exibição do filme.
“Não compensa gastar
tanto dinheiro
transferindo para
película”, explica o
diretor. “O digital
além de trazer
qualidade, barateia
e facilita a
produção”, conclui.
Todos os
entrevistados são
amigos de João
Batista, que além de
trabalhar com Herzog
na TV Cultura,
filmou um roteiro
escrito pelo
jornalista, e que
acabou premiado em
Gramado. “Eles
sabiam que falavam
com alguém que
conhece o assunto,
podiam falar do lado
emocional, das
experiências
pessoais. Não
precisavam contar a
história com a gente
faz para quem não
está familiarizado
com o assunto”,
explica.
João Batista
pretende retomar o
longa de ficção
sobre o amigo Vlado
que estava em
pré-produção no
início dos anos 90,
mas teve que ser
abandonado quando o
então presidente
Fernando Collor
fechou a Embrafilme,
praticamente
acabando com o
cinema brasileiro.