Theresa Catharina de Góes Campos

 

Assédio e Solidão - Poemas de Hercília Lopes

 
  Assédio

Sofro o assédio da serenidade,
Meus tormentos me abandonam
E meus olhos já não represam mágoas.
O meu corpo, do qual já não dispunha
Quando seguia teu séquito de luzes,
Agora é meu ardente amigo.
Afastas como um cometa
Onde já não se definem mais contornos.
Estou feliz! Já não sigo inebriada a tua rota.
Tu, sol, já não aqueces meus dias.
Sentirei saudades da paixão.
 
Solidão

Quero amar-te lentamente,
Em silêncio, sem paixão,
Ao som daquela melodia.
Depois do amor, o teu adormecer,
Com a cadência da Fuga predileta,
Emudece o meu corpo, desperta minha mente.
É minha alma agora que deseja a tua!
Sufoco o frêmito, crispo minhas mãos.
Fico, então, a sós com a solidão.
 
 

Jornalismo com ética e solidariedade.