Os
riscos
inerentes
ao
exercício
da
profissão,
a
apatia,
o
imobilismo
e o
individualismo
exacerbado,
são
desafios
a
serem
enfrentados
pelos
jornalistas.
Esta
é a
opinião
de
Aziz
Filho,
presidente
do
Sindicato
dos
Jornalistas
do
Município
do
Rio.
Entre
as
alternativas
para
a
superação
destes
problemas,
conquista
de
melhores
condições
de
trabalho
e
melhor
qualidade
de
vida,
ele
aponta
a
ampliação
do
debate
sobre
políticas
de
proteção,
a
constituição
de
Comissões
de
Segurança
nas
redações,
o
fortalecimento
das
entidades
sindicais
e a
valorização
de
ações
coletivas.
Com
17
anos
de
profissão,
Aziz
Filho
começou
no
jornal
O
Globo,
onde
ganhou
Prêmio
Esso
de
Jornalismo
e
Prêmio
Líbero
Badaró.
Passou
também
pelo
JB,
O
Dia
e
Folha
de
São
Paulo.
Apresentou
no
canal
GNT
os
programas
GNT
Cidadania
Brasil
e
Movimento
Urbano,
com
temas
ligados
ao
Terceiro
Setor
e à
rotina
das
grandes
cidades
brasileiras,
e na
TVE
a
Série
Brasil
Urgente,
sobre
a
exclusão
social
no
país.
É
autor
do
livro
“Paraíso
Armado”,
junto
com
Francisco
Alves
Filho.
Atualmente
chefia
a
sucursal
da
revista
IstoÉ
no
Rio
de
Janeiro.
E-FENAJ
–
Aziz,
o
Luiz
Fernando
Fonteque,
estudante
de
Jornalismo
em
Goiânia,
registra
que
a
violência
contra
a
imprensa
é
crescente
no
Brasil
e no
mundo.
Ele
considera
que
estes
casos
ficaram
mais
evidentes
após
a
morte
do
Tim
Lopes
e
com
as
agressões
contra
jornalistas
na
cobertura
dos
conflitos
no
Iraque.
Ele
questiona:
como
os
atuais
e
futuros
profissionais
podem
lidar
com
casos
de
pressão
política,
opressão,
intimidação,
censura
e
terrorismo?
Em
quem
devem
se
apoiar
para
que
isso
não
os
afete
na
continuidade
da
profissão?
O
que
os
sindicatos,
o
futuro
CFJ
e os
órgãos
internacionais
podem
fazer
para
que
a
imprensa
possa
cumprir
sua
função
de
informar?
Aziz
Filho
– O
jornalismo
vai
lidar
sempre
com
pressões,
opressão,
intimidação,
censura
e
risco
de
vida,
ainda
mais
nos
países
que
não
amadureceram
seu
sistema
democrático
e de
transparência
do
poder.
Na
balança
do
profissional,
é
necessário
que
o
pêndulo
do
senso
de
Justiça
e a
paixão
pela
informação
transparente
estejam
sempre
acionados
para
que,
caso
a
caso,
ele
saiba
como
proceder.
Seria
um
romantismo
descabido
afirmar
que
o
jornalista
nunca
cede.
Lidamos
com
um
material
altamente
sensível.
As
ponderações
e o
jogo
de
cintura
são
instrumentos
que
precisamos
saber
usar
em
muitas
situações.
O
apoio
devemos
buscar
sempre,
acima
de
tudo,
na
nossa
consciência.
Recorrer
à
sabedoria
dos
mais
experientes
também
ajuda
muito.
O
jornalista
não
pode
ser
arrogante
a
ponto
de
achar
que
sabe
de
tudo,
de
se
submeter
a
riscos
desnecessários.
O
maior
desafio
da
profissão
– e
conseqüentemente
das
nossas
instâncias
representativas
(sindicatos,
FENAJ
e
órgãos
internacionais)
– é
enfrentar
e
vencer
a
desmobilização
e o
individualismo
exacerbado.
Aqui
no
Rio,
temos
tentado
convencer
os
colegas
de
que
precisamos
lutar
para
criar
as
Comissões
de
Segurança
das
Redações.
Elas
seriam
formadas
por
jornalistas
eleitos
em
cada
redação
e a
eles
caberia,
ouvindo
sempre
os
colegas,
formular
regras,
caso
a
caso,
para
proteger
os
profissionais
e
evitar
a
exposição
desnecessária
e
exagerada
aos
riscos
de
morte
no
dia
a
dia
da
cobertura
da
violência.
E-FENAJ
- Há
algumas
semanas
vivenciamos
casos
como
o da
colega
da
TV
Bandeirantes
que
foi
alvejada
quando
cobria
um
tiroteio
entre
policiais
e
traficantes
no
Rio
e do
motorista
de
um
jornal
no
Ceará
que
foi
vitima
de
um
latrocínio
enquanto
aguardava
o
repórter
e o
fotógrafo
que
cobriam
uma
pauta.
Em
casos
como
estes,
os
sindicatos
de
jornalistas
geralmente,
além
de
solidarizarem-se
com
as
vitimas,
seus
familiares
e
darem
todo
o
apoio
material
possível,
denunciam
os
casos
e
cobram
iniciativas
dos
órgãos
de
segurança
pública.
Onde
fica
a
responsabilidade
das
empresas
que
contratam
os
jornalistas?
Resume-se
a,
quando
muito,
fazerem
contratos
de
seguro
coletivo?
O
que
mais
as
entidades
sindicais
dos
jornalistas
podem
fazer
para
"prevenir"
e
cobrar
contrapartidas
dos
patrões?
Aziz
Filho
- A
criação
de
regras
de
proteção,
de
seguros
de
vida,
a
exigência
de
equipamentos
de
proteção
à
vida,
o
cálculo
de
um
adicional
de
periculosidade
de
acordo
com
a
freqüência
do
risco
e a
capacidade
da
empresa,
tudo
isso
estaria
na
atribuição
das
comissões
de
segurança.
Não
podemos
deixar
de
cobrar
a
responsabilidade
das
empresas
e a
omissão
dos
governos,
mas
temos
de
ir
além.
A
violência
urbana
nos
padrões
que
assistimos
hoje
é um
fenômeno
relativamente
recente
enquanto
ameaça
concreta
à
integridade
dos
profissionais
de
imprensa.
Ainda
não
amadurecemos
esse
debate
e
dificilmente
conseguiremos
chegar
lá
se
os
profissionais,
especialmente
os
jovens,
não
entenderem
a
importância
de
prestigiarem
suas
entidades
representativas.
A
pessoa
muitas
vezes
tende
a
achar
que
tragédia
só
acontece
ao
outro,
nunca
com
ela.
É
uma
fantasia,
uma
irresponsabilidade,
produzida
por
essa
corrente
maluca
de
pensamento
de
que
o
coletivo
é
ultrapassado,
que
o
interesse
público
morreu
quando
as
experiências
socialistas
fracassaram,
que
é
cada
um
por
si e
Deus
por
todos,
a
miragem
do
“eu,
eu,
eu”.
Reagir
a
isso
é a
luta
mais
digna
que
um
sindicato
pode
travar.
Precisamos
romper
o
isolamento
das
consciências
e
convencer
os
profissionais
a se
agruparem
na
defesa
de
regras
para
aumentar
a
segurança
e,
de
um
modo
geral,
na
batalha
para
melhorar
a
qualidade
de
vida
da
categoria.
E-FENAJ
- O
Sindicato
dos
Jornalistas
do
Município
do
Rio
é um
dos
pioneiros
na
categoria
no
debate
de
políticas
de
segurança
e
proteção
dos
profissionais.
Inclusive
incorporando
esta
questão
nas
pautas
de
reivindicações
de
suas
campanhas
salariais.
Fale-nos
um
pouco
sobre
como
avançar
em
políticas
de
segurança
e
proteção
dos
jornalistas.
Como
vem
se
dando
a
relação
com
o
patronato
nesta
questão?
No
Rio
vocês
já
conquistaram
alguma
garantia
em
acordos
ou
convenções
coletivas?
Aziz
Filho
-
Não.
Não
conquistamos.
Quem
nunca
negociou
com
os
patrões
de
comunicação
não
tem
idéia
do
sofrimento
que
é. A
gente
se
acaba,
perde
vários
quilos
em
cada
reunião
de
tanto
descarregar
argumentos
óbvios
para
furar
a
cabeça
dura
deles,
mas
são
insensíveis
demais.
Temos
informações
de
que,
em
função
dos
últimos
acontecimentos
e
das
nossas
cobranças,
algumas
empresas
já
se
mexeram.
Compraram
equipamentos
de
proteção
e
têm
procurado
evitar
a
superexposição
desnecessária
de
seus
profissionais
a
situações
de
risco.
No
episódio
da
TV
Bandeirantes,
a
empresa
afirmou
que
os
profissionais
tinham
colete
à
prova
de
bala,
mas
que
ainda
não
estavam
usando
porque
não
tinham
entrado
na
favela,
estavam
no
asfalto,
na
rua
São
Clemente,
uma
das
mais
movimentadas
de
Botafogo,
de
onde
sai
o
acesso
ao
morro
Dona
Marta.
Este
episódio
nos
fez
incluir
o
carro
blindado
na
pauta
mínima
de
reivindicação
de
equipamentos
de
segurança.
Talvez,
se
tivesse
uma
comissão
de
segurança
funcionando,
ela
já
poderia
ter
pensado
nisso
e
evitado
o
acidente.
Sabemos
que
as
empresas
menores
terão
mais
dificuldade
para
atender
às
novas
exigências
de
proteção,
mas
não
se
pode
brincar
com
a
vida.
A
morte
de
um
jornalista
desprotegido
em
uma
cobertura
pode
ser
um
tiro
de
morte
na
imagem
da
empresa,
dependendo
das
circunstâncias.
É
bom
os
patrões
começarem
a
raciocinar
assim,
caso
não
considerem
a
vida
humana
importante
o
suficiente
para
justificar
esses
investimentos.
Não
há
motivo
para
os
patrões
sequer
responderem
às
nossas
reivindicações.
É de
uma
arrogância
irresponsável
e
vamos
continuar
batendo
nesta
tecla
porque
não
fomos
eleitos
para
nos
conformar
com
essas
cegueiras.
Consideramos
necessário
criar
uma
comissão
em
cada
redação
porque
cada
redação
tem
suas
peculiaridades,
suas
condições.
E
defendemos
que
os
integrantes
das
comissões
tenham
imunidade
sindical
para
que
possam
fazer
seu
trabalho
com
segurança
e
com
a
ousadia
necessária.
E-FENAJ
-
Certamente
só
obteremos
maiores
conquistas
com
uma
maior
participação
da
categoria
no
cotidiano
das
entidades
sindicais.
E
esta
questão
foi
a
que
mais
gerou
questionamento
dos
participantes
desta
coletiva
virtual.
Vamos
a
elas.
O
Secretário
Geral
do
Sindicato
dos
Jornalistas
do
Estado
do
Rio,
Ernesto
Viana,
além
de
parabenizá-lo
pela
excelente
gestão
no
Sindicato
do
Município
do
Rio,
pergunta
qual
é,
na
sua
opinião,
o
fator
principal
que
motiva
a
categoria
a
procurar
o
sindicato,
esperança
de
salários
mais
altos,
busca
de
cursos
de
aperfeiçoamento
ou
simplesmente
a
filiação
para
resolver
questões
administrativas,
como
por
exemplo,
os
registros?
Aziz
Filho
–
Valeu
Ernesto.
Companheiro,
estamos
querendo
fazer
uma
pesquisa
exatamente
sobre
isso,
perguntar
a
cada
associado,
especialmente
aos
500
que
entraram
no
sindicato
no
último
ano,
o
motivo
da
decisão
de
se
filiar.
Pessoalmente,
acho
que
a
motivação
política
ainda
é a
principal.
É
claro
que
a
maioria
das
pessoas
não
tem
essa
consciência,
da
necessidade
de
fortalecer
sua
entidade
representativa,
mas
ainda
acho
que,
entre
os
filiados,
essa
é a
motivação
principal.
Isso
ainda
existe.
Minha
preocupação
maior
é
com
a
juventude,
os
profissionais
que
não
viveram
na
faculdade
um
ambiente
de
luta
política,
de
disputas
ideológicas,
como
acontecia
na
vida
universitária
dos
que
hoje
têm
mais
de
40
anos.
O
sindicato
que
não
entender
a
necessidade
de
atrair
essa
nova
geração
está
condenado
à
fragilidade
e ao
desaparecimento,
a se
transformar
em
mero
órgão
emissor
de
carteirinhas.
No
caso
do
Rio,
temos
um
problema
extra
para
solucionar
na
busca
de
mobilização
e de
atração
dos
jovens,
que
é o
fato
de
toda
a
diretoria
estar
ativa
no
mercado
de
trabalho,
principalmente
nas
redações,
onde
se
trabalha
como
condenado.
Temos
15
diretores
e
mais
uma
meia
dúzia
de
colaboradores
valiosos.
Todos
trabalham
muito
e
nenhum
está
licenciado
para
se
dedicar
a
essa
tarefa
de
politização,
de
mobilização.
Os
que
assumem
essa
tarefa
acabam
sobrecarregados,
prejudicam
sobremaneira
a
vida
privada,
a
relação
com
os
filhos,
a
vida
social.
Muitas
vezes
a
sensação
é de
que
o
trabalho
é
absolutamente
inglório,
pois
a
galera
não
reconhece
o
esforço,
só
sabe
criticar
e
cobrar,
e
você
fica
falando
sozinho,
que
nem
maluco.
Resistir
a
essa
sensação
broxante
para
manter
a
cabeça
erguida
e
continuar
na
luta
é
uma
arte.
Temos
procurado
desenvolver
essa
arte.
Criamos
até
um
bar,
chamado
Bar
Aparelho,
que
funciona
às
segundas-feiras,
para
atrair
as
pessoas
para
pensar
a
política.
Se
for
preciso,
plantamos
até
bananeira
em
praça
pública.
Nós
acreditamos
que,
se
não
vamos
mudar
esse
quadro
de
individualismo
e
alienação
política,
vamos
pelo
menos
plantar
algumas
sementinhas.
Se
elas
não
florescerem,
lamento
muito
pelas
novas
gerações
de
jornalistas,
que
estarão
bem
mais
desprotegidas
do
que
hoje.
Espero,
sinceramente,
que
acordem
desse
sonho
ingênuo,
desse
torpor
ideológico,
e
entrem
logo
na
briga
para
melhorar
a
qualidade
do
nosso
jornalismo
e a
vida
dos
jornalistas.
E-FENAJ
- O
Henrique
Silter,
estudante
de
Jornalismo
em
Taguatinga
(DF),
questiona
como
pode
ser
a
participação
dos
jornalistas
no
cotidiano
dos
sindicatos
e
quais
são
as
políticas
eficientes
que
podem
proteger
e
assegurar
o
trabalho
do
jornalista
e
como
elas
podem
nos
beneficiar?
Aziz
Filho
-
Sugiro
ao
Henrique
que,
se
ainda
não
participa
da
vida
sindical,
procure
o
sindicato
de
Brasília.
Há
companheiros
muito
combativos
e
uma
série
de
iniciativas
valiosas
da
diretoria.
É um
dos
sindicatos
mais
atuantes
do
país,
a
turma
é
fera
mesmo.
No
Rio,
temos
a
categoria
do
“pré-sindicalizado”.
Pagando
metade
da
mensalidade,
só
R$ 9
por
mês,
o
estudante
tem
sua
carteirinha
e o
direito
de
aproveitar
convênios
ótimos.
Só
para
citar
um
exemplo,
o
desconto
oferecido
pela
Aliança
Francesa
em
um
mês
é
suficiente
para
pagar
um
ano
de
sindicato.
Eu
não
vou
ser
grosseiro
e
chamar
de
idiota
a
decisão
de
não
se
sindicalizar,
mas
que
é
meio
bobo,
isso
é.
Até
para
quem
não
tem
a
consciência
política
muito
desenvolvida
e vê
o
sindicato
como
uma
fonte
de
vantagens
individuais.
Claro
que
não
vamos
dispensar
esse
tipo
de
pessoa
como
sócio,
Todos
são
bem
vindos
porque
precisamos
aumentar
nossa
representatividade,
mas
jamais
deixaremos
de
bater
na
tecla
de
que
o
maior
benefício
da
sindicalização
é, e
será
sempre,
o
fortalecimento
da
profissão,
da
dignidade
da
categoria,
do
aumento
da
qualidade
de
vida
dos
trabalhadores.
Como
costumamos
provocar
em
nossas
campanhas
salariais,
quem
fica
parado,
camarada,
é
poste.
E-FENAJ
-
Para
finalizar,
a
Rosana
Pinto,
que
estuda
Jornalismo
na
UFPA,
quer
saber
por
que
há
tantas
divergências
entre
os
sindicatos
e os
profissionais.
Ela
considera
que
isto
ficou
evidente
principalmente
durante
a
polêmica
sobre
a
criação
do
CFJ
e
questiona:
não
deveria
ser
diferente?
Aziz
Filho
–
Seria
ótimo
se
fosse
diferente.
Os
motivos
de
haver
um
certo
descompasso
entre
os
sindicatos
e
algumas
parcelas
da
categoria
são
muito
variados.
Muitas
vezes
o
sindicato
não
é
atuante
como
gostaria
o
profissional.
Outras
vezes
as
pregações
do
individualismo
exacerbado
conquistam
as
mentes
e o
sindicato
fica
sem
armas
para
fazer
frente
a
essa
ideologia
que
prega
a
impotência.
No
caso
específico
do
Conselho,
aposto
na
segunda
hipótese.
Os
patrões
fizeram
uma
campanha
maciça,
covarde,
sem
dar
voz
ao
outro
lado,
usando
suas
páginas
para
defender
seus
interesses,
especialmente
o da
desregulamentação
e
fragilização
da
categoria.
Um
conselho,
em
tese,
não
ficaria
omisso
diante
de
casos
em
que
o
jornalista
é
chantageado
pelo
chefe
e
obrigado
a
violentar
sua
consciência,
só
para
citar
um
exemplo.
E é
lógico
que
isso
não
interessa
aos
donos
dos
meios
de
comunicação,
que
querem
liberdade
absoluta
para
manipular
os
profissionais
ao
bel
prazer
de
suas
vontades,
longe
da
vigilância
de
um
Código
de
Ética.
Eles
confundiram
a
sociedade
e
levaram
muita
gente
a
acreditar
que
um
conselho
de
jornalistas
seria
um
atentado
do
governo
contra
a
liberdade
de
imprensa.
É
exatamente
o
contrário.
Hoje
é o
governo
que
expede
o
registro
profissional,
através
das
delegacias
do
Trabalho,
loteadas
entre
políticos
nos
estados
Depois
de
mais
de
uma
década
de
discussões
em
seus
encontros
e
congressos,
a
FENAJ,
enquanto
representante
de
31
sindicatos,
conseguiu
convencer
o
governo
a
enviar
ao
Congresso
um
projeto
transferindo
essa
atribuição
de
emissão
de
registros
para
um
conselho,
formado
por
jornalistas
eleitos
por
todos
os
jornalistas.
Só o
governo
poderia
enviar
um
projeto
ao
Congresso
abrindo
mão
de
atribuições
suas.
Por
isso
foi
necessário
recorrer
ao
governo.
Acontece
que
a
pregação
histérica
dos
patrões,
com
a
força
dos
meios
de
comunicação,
fez
a
cabeça
de
muita
gente,
incluindo
aí
os
profissionais.
Não
foram
só
os
puxa-sacos
que
ficaram
contra
o
Conselho,
mas
eles
estavam
ali.
Tudo
bem,
faz
parte.
Claro
que
tem
muito
profissional
sério
que
não
concorda
com
a
criação
do
Conselho,
por
considerar
que
isso
aumentaria
a
burocracia,
que
daria
poder
demais
na
mão
de
poucas
pessoas,
que
seria
um
cartório
a
mais,
sei
lá
quais
os
outros
motivos.
Eles
merecem
respeito
e em
alguns
momentos
mais
tensos
dessa
discussão
é
possível
que
tenham
se
sentido
agredidos
pelos
excessos
retóricos
de
algum
companheiro
dos
sindicatos.
Aconteceu
também
o
contrário:
muitos
dos
que
são
contra
o
Conselho
partiram
para
generalizações
estúpidas,
agredindo
os
dirigentes
sindicais.
Mas
estou
convencido
de
que
um
dia
o
conselho
será
criado
e
todos
esses
fantasmas
vão
virar
fantasminhas.
Será
o
mais
importante
passo
histórico
na
valorização
da
nossa
profissão
e no
aumento
da
auto-estima
dos
jornalistas,
que
anda
meio
pra
baixo.
Como
dirigentes
sindicais,
precisamos
ser
tolerantes,
pacientes
e
firmes
na
tarefa
de
mudar
essas
mentalidades
anti-coletivas,
precisamos
abraçar
os
que
pensam
de
forma
diferente
e
convencê-los,
com
muito
debate,
de
que
nenhum
profissional
ético
tem
a
perder
com
o
conselho.
A
única
ameaça
que
o
conselho
representa
é à
esculhambação,
à
truculência
e à
arrogância
dos
que
querem
o
mercado
como
único
regulador
das
relações
humanas.
E-FENAJ
-
Obrigado
por
sua
participação,
Aziz.
A
próxima
coletiva
virtual
da
FENAJ
será
disponibilizada
no
dia
15
de
dezembro.
Nossa
convidada
é
Maria
José
Braga,
tesoureira
da
Federação
e
representante
da
FENAJ
no
Comitê
Consultivo
do
Ministério
das
Comunicações
sobre
o
Sistema
Brasileiro
de
Televisão
Digital
(SBTVD).
Ela
abordará
esta
questão,
que
vem
gerando
bastante
polêmica
entre
as
entidades
da
sociedade
civil,
empresários
e
governo.
Para
participar,
encaminhe
perguntas,
até
as
18
horas
do
dia
13
de
dezembro,
para
boletim@fenaj.org.br,
especificando,
na
linha
de
assunto,
"Entrevistas
da
FENAJ".
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