Theresa Catharina de Góes Campos

 

Momentos da Língua Portuguesa


25 de novembro de 2002
Diferenças sintáticas
Por Prof. Craveiro

No campo da sintaxe, ou seja, no sistema de formulação de frases, existem diferenças entre Portugal e o Brasil, embora se trate da mesma língua.

As construções frasais portuguesas utilizam, como usual, a preposição 'a' antes do verbo no infinitivo.

Observem o exemplo extraído do romance Primo Basílio, do escritor português Eça de Queirós. Na fala de um dos personagens, lê-se: "(...) Estar a afligir a criança com estudos!..."

Outra curiosa forma de construção frasal, diversa da sintaxe do português no Brasil, embora corretíssima, também é normalmente encontrada em Eça de Queirós.

Um dos personagens dialoga com o outro: "(...) ouvira que ele tinha ido para o Brasil fugir aos credores...". No linguajar culto do Brasil, escreveríamos ou mesmo diríamos: "... ouvira que ele tinha ido para o Brasil fugir dos (de+os) credores.".

A preposição usual, utilizada no Brasil, nesse tipo de frase, seria, sem dúvida, 'de' e não 'a', como no exemplo citado, de Eça de Queiros: "(...) fugir aos credores...".

Na próxima resenha, vamos saber e interagir com uma pequena série de vocabulário; será apresentada uma série de múltipla escolha, ao estilo do Show do Milhão, a exemplo da palavra mandrionas. Mas o que será mandrionas?
Aguarde.


"Morre lentamente/
Quem não viaja,/
Quem não lê,/
Quem não ouve música,/
Quem não encontra graça em si mesmo."

(Pablo Neruda)

Manoel de Medeiros Rodrigues Craveiro

         Docente de Língua Portuguesa e Redação Oficial em diversos Órgãos públicos: Ministérios da Justiça; do Trabalho; do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal; da Indústria, do Comércio e do Turismo; Ipea; Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado; Embrapa; Enap e na Associação dos Bancos no Distrito Federal (Assban).

         Aposentado do Banco do Brasil, foi professor de Redação e Estrutura Gramatical em cursos preparatórios para o Banco e  docente,  nas disciplinas de Comunicação e Expressão e Comunicação Administrativa,  para o pessoal do Banco do Brasil.

         Revisor do "best-seller" Reiventando o Governo, de David Osborne e Ted Gaebler, e revisor "free-lancer" da revista Momento, editada pela Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil; redator e revisor dos Boletins Trimestrais e do Relatório Anual do BB e de palestras de Presidentes do Banco (anos 1974-75);  revisor da Revista Nacional dos Nutricionistas; de dissertações de mestrado, autor do livro de contos Os Contos do Rodrigo, prefaciado pelo prof. Newton Rossi, publicados no então Diário de Notícias, no Rio de Janeiro, na década de 60.

         É bacharel em Letras pela UFRJ e licenciado pela UEG em Língua Portuguesa /Literaturas.

 

Jornalismo com ética e solidariedade.